Ainda há pouco tive o prazer de escutar o violonista Rainer Scheurenbrand. No repertório peças dele mesmo, de Villa Lobos, Baden Powell… Mas com uma atmosfera meio new age, difícil definir, mas se o universo fosse harmônico como gostaríamos acho que seria como a música do Rainer.
O lounge mergulhado na penumbra, ao meu lado Aurora, uma amiga muito querida, e a música preenchendo o ambiente além de uma platéia que quando se movia o fazia lentamente, como luas em suas órbitas. Não tinha como não pensar em caos, harmonia e equilíbrio.
Me ocorreu que esta nossa crença de que o universo é uma demonstração da harmonia do seu criador é injustificável, pelo menos aquela harmonia que é sinônimo de paz, afinal atrás de cada belo espetáculo do universo há estrelas explodindo, galáxias se chocando e longas cadeias alimentares que fazem do mundo natural um sistema em equilíbrio, mas nunca um sistema harmônico.
No entanto ali, mergulhado naquela música e com aquela companhia entendi que há sim harmonia… a que seres vivos como nós são capazes de produzir. Sinto como se a tarefa de conferir harmonia ao equilíbrio do Cosmo fosse nossa responsabilidade.