Maiakovski, Bukovski e tantos outros escreviam sob efeito do alcool, como eles conseguiam?
Bebi uma bavária premium para ver de que cerveja eu gosto, eu gosto… é, gosto da cerveja fraquinha. Sol, Petrópolis, Bavária e outras que esqueci sei lá por quê.
Mas não gosto do efeito não! Sei lá se consigo escrever nesse estado. 355 ml de cerveja e lá se foi minha mente.
Talvez esses outros mestres tenham vivido em um tempo de liberdades tão restritas que apenas o álcool fosse capaz de arrancar de seu âmago a visão a que não se permitiam sóbrios.
Bem, eles se acabavam com isso… Até se suicidavam.
Prefiro estes tempos modernos sem nada sagrado, sem pudores para matar deus e ousar sugerir que ele não passou de uma consciência oportunista que nos cerceia a liberdade de ter a nossa própria consciência… Asriel que o diga…
Afinal que tempo é este que vivemos?
Um tempo em que a decepção com os nossos rumos talvez supere todos os outros períodos de descrença do passado, mas também é o tempo mais marcado pelas distrações e pelo conformismo.
Mesmo a arte que antes transgredia agora se entrega muitas vezes à dança dos sete véus ou à coreografia de Ishtar escravizando homens e mulheres aos seus impulsos mais instintivos em busca do prazer vazio em compensação à descrença que devia convocar à transgressão.
Se isso não faz o menor sentido para você não são seus olhos, é o efeito da cerveja que me torna desconexo e errático. Ao menos isso servirá de desculpa para ignorar essa conclamação à transgressão e te deixará livre para se entregar aos cânticos das fúrias com suas ilusões de transformação que nada fazem a não ser alimentar o ácido que nos consome…
Imagem: Toulouse-Lautrec – Wikipedia