Estou com problemas com o meu cachorro adolescente e cheio de hormônios e necessidade de auto-afirmação.

Compramos uma coleira especial (a Gentle Leader, excelente), achamos um grupo de treinadores que fazem treinamento em grupo (Lord Cão, também fora de série) e já pegamos o telefone de uma psicóloga canina.

Para falar a verdade o problema dele nem é tão sério, a gente só quer resolver antes que fique, né?

O problema dele é basicamente a agressividade com outros cães…

Na hora de sair na rua ele não vê nada! Não vê carro, gente, árvore ou poste, ele só tem olhos para outros cachorros que busca ansiosamente a cada passo que damos.

Quando encontra outro cão ele quer partir para a porrada, mostrar que é macho.

Nosso cão é um pitboy…

Fomos falar com a nossa veterinária (do Bicho Bacana, todas são excelentes!) e descobrimos uma coisa: em parte a gente é culpado por ele estar ficando assim!

Com atitudes que nos pareciam normais a gente lhe deu a mensagem de que está em uma posição hierárquica que não está.

  1. Ele dormia na nossa cama (temos justificativas para isso hehehe),
  2. Comia na nossa mão
  3. Era alimentado quando pedia
  4. Etc. (esses vou ver com a psicóloga canina)

A parte interessante e que me fez escrever este post (normalmente não falo da minha vida pessoal aqui) é que, andando pela rua, pensando e vendo o comportamento dele eu percebi que não é ele que age como os pitboys! São os pitboys que agem como cachorros adolescentes, mimados e com uma visão errada do seu lugar na matilha.

Gente! Não sei vocês, mas eu achei isso uma sacada de gênio da minha parte! ;-)

Um humano é um animal complexo (mesmo um pitboy) capaz de inventar um monte de justificativas racionais para os seus atos e fica parecendo que o pitboy tem razões complexas para ser um macho em busca de afirmação, mas se a gente tirar toda essa casca fica mais fácil entender os bichinhos.


Tenho certeza de que muitos pais de pitboys os criam sem querer, assim como a gente estava criando o nosso… O problema é que eu levo meu cachorro para passear amarrado na coleira e os pitboys saem sem coleiras e sem a supervisão dos pais que acabam só percebendo o que está acontecendo tarde demais.

Ainda vou elaborar melhor a minha metodologia para adestrar pitboys, afinal ainda não falei com a psicóloga canina, mas aqui vai uma prévia:

  1. Dê vários interesses aos seus filhos, pode ser uma bolinha de pegar, pode ser um treinamento de pular obstáculos, mas também pode ser um livro, um esporte e, principalmente, o gosto por exercitar sua mente e seu espírito além do seu ego;
  2. Quando passear com ele mostre que é você que comanda o caminho, quando ele for para um lado certo de que você vai para lá puxe a coleira e mude de direção, mesmo que não tenha nada a fazer lá. Se o seu filho não anda de coleira converse com ele e mostre que a gente muda de caminho muitas vezes na vida e que temos que aprender a observar tudo ao nosso redor e não apenas a próxima guria que vamos pegar na boate;
  3. Seja firme com ele quando fizer algo errado. Não bata! Apenas diga firmemente NÃO! Quando ele acertar dê um ossinho para roer. Caso seu filho não goste de osso demonstre carinho, chame-o para fazer junto com você algo que os dois gostem de fazer. No fundo o pitboy sente que precisa defender seus donos ou obter aprovação deles. A propósito, educar por castigo adestra, não ensina… Bastará não ter ninguém olhando para o bichinho fazer besteiras. Ensine com recompensas e seu cão, digo, filho, fará coisas boas mesmo quando ninguém estiver olhando;
  4. Use comandos sucintos como sente, deite, ok, parado. Não confunda seu filho dizendo-lhe para fazer algo e não respeitando você mesmo a sua regra, ou seja, não dê um comando com a voz e outro com suas atitudes;
  5. Sempre que der o comando “NÃO” encontre uma coisa para dizer sim pois seu cãozinho precisa saber o que é certo se aquilo que ele queria fazer não é. Por exemplo, se ele for violento diga NÃO e logo em seguida estimule-o a conversar sobre a sua agressividade, ele verá que agressividade é ruim, conversar é bom

Bem, vou pensar em outras técnicas de adestramento depois!

Para ser sincero eu queria fazer este post melhorzinho, quando pensei nele parecia bem legal, mas, vai ver pelo cansaço, acho que ficou ruim… Mas a ideia de que pitboy funciona como cachorro ainda tá valendo.