Desde o final da primeira temporada de Lost eu digo que o mistério jamais seria explicado e que não passa de zumbirundum e isso é péssimo pois é uma enganação para o espectador que espera por uma explicação definitiva que nunca virá.

Pode-se dizer que o mistério e senso de deslumbramento é bom, que nossa civilização passa por um momento onde o deslumbramento religioso é inviável (a menos que você se esforçe bastante para manter a fé apesar de todos os fatos) e não foi substituído por um novo deslumbramento.

Pensando agora mesmo enquanto escrevo me ocorre que não há razão para não se deslumbrar pois nossos avanços científicos em todas as áreas (vide as palestras no TED) são mais deslumbrantes do que qualquer religião já foi! O que temos descoberto sobre o Universo, nossas mentes, nossos irmãos terráqueos (vegetais, animais e outros reinos), nossa consciência (que gosto de chamar de espírito)…  É tudo de tirar o fôlego!

Então vem o J.J. Abrams com sua caixa mágica, a ilha de Lost:

The Mystery Box – J.J. Abrams

Pois ele me convenceu. Percebi que os mistérios  de Lost são mistérios diferentes daqueles que faziam nossos antepassados se reunirem em torno de fogueiras e se entregarem à perplexidade diante de coisas que hoje são banais e corriqueiras para nós. Ninguém mais se deslumbra ao ver que um meteoro entrou em nossa atmosfera e está se queimando. Pelo menos não a ponto de achar que ele esconde algum espírito benigno ou maligno.

Hoje os espíritos se escondem nas profundezas da nossa mente e dos mecanismos dos nossos memes e, talvez, em regiões do Cosmos que mal começamos a antever e, depois de ouvir o J.J. Abrams quero me desculpar e dizer que Lost pode ser um bem para a humanidade…