Estamos fazendo uma arrumação-monstro em casa!

Passam as décadas e a gente vai se mudando junto com CDs, livros, DVDs, softwares (sim, a gente compra os programas que usa, viu?) e centenas de cadernos, agendas e papeis com… Bem, com muita coisa escrita.

O que se escreve numa página de agenda ou num pedacinho de guardanapo não tem os pudores de um post num blog, afinal o blog é um outdoor público e imprevisível enquanto temos a ilusão de que agendas e papeis se perdem.

Folheando aqui ou ali enquanto decidíamos o que jogar fora a gente esbarrou em tristezas, tolices, alegrias e até a estranha história de um carrapato monstro temido em três galáxias que não fazemos ideia de onde veio (apesar de escrita por mim, claro).

Ler o nosso próprio cotidiano de vinte, trinta anos é uma experiência curiosa, mas não vou falar dela hoje.

Acontece que estávamos diante da tarefa de decidir guardar essas coisas ou não. Tem mais ali para nos envergonhar do que para nos orgulharmos! Não que tenhamos feito coisas horríveis, mas simplesmente porque as histórias dos primeiros beijos, das dúvidas do coração, das primeiras decisões profissionais parecem um pouco patéticas vistas do futuro.

Decidimos não jogar nada fora!

Quem sabe não seremos famosos um dia por causa do que pensamos, escrevemos e fazemos? E as pessoas talvez se encantem com a oportunidade de ver que a gente não era diferente de ninguém?

Pode ser que nunca venhamos a ser famosos também, mas os arqueólogos do século XXV podem achar interessante fuxicar as intimidades desses humanos ímpares que eram os que viveram na transição da era do consumo para a era do conhecimento.
Talvez eu devesse imprimir o blog de vez em quando (mais de 200 páginas, bobeira) e guardar junto! ;-)