Já falei o que acho do Guilhermo Habacuc Vargas e da história do cachorro que teria sido deixado para morrer em uma exposição de arte.

Estou voltando ao assunto pois esbarrei com a petição online para tirá-lo da bienal de Honduras este ano e deixei lá o comentário mais abaixo que eu creio que acrescenta algumas coisas ao que eu já havia dito.

Em tempo… Gostaria muito que as pessoas se comovessem ao ponto de fazer como a minha amiga e que cada uma escrevesse um post sobre o assunto. Isso seria uma forma de fazer a morte do cãozinho (proposital ou acidental) valer para alguma coisa!

Ah! Ainda em tempo! Outro post interessante sobre o assunto é o da Filhote de Lua (estava no Multiply, que saiu do ar).

Meu comentário para a minha amiga:

Até onde pude apurar a história não é bem essa… Afinal a exposição foi na Espanha Nicarágua (se não me falha a memória) onde certamente não sei se teriam impedido a instalação.

Parece que o fato é que pegaram um cachorro de rua fraco e doente. Ele era alimentado e tratado fora do horário da exposição e ficava amarrado sob a frase “você é o que você lê” escrita com ração colada na parede. Depois de algum tempo o cão, que já chegou muito fraco, morreu.

No entanto…

  1. Não sei de nenhuma obra de arte recente que tenha causado tanta comoção e mobilização… É duro, mas até onde sei nada inferior a ela teve efeito. A culpa não é do artista, mas da nossa insensibilidade…
  2. Apesar da comoção milhões de pessoas passam fome nas ruas, o que se dirá de animais? E não vejo mobilização suficiente para mudar isso! Talvez se algum artista prender uma pessoa de baixa renda a uma parede onde se vê escrito com moedas “você é o que você consome”
  3. O fato de acreditarmos facilmente que ninguém fez nada pelo cãozinho é um importante alerta da nossa descrença uns com os outros e, finalmente
  4. Se fui mal informado e realmente deixaram o animalzinho morrer de fome em nome da arte e ninguém fez nada então estamos perigosamente insensíveis…

Em tempo, é claro que sou contra qualquer tipo de crueldade contra animais, pessoas, plantas ou mesmo pedras.


Atualizando em 7/5/2008

Comentários inflamados neste post! Cheguei a pensar em escrever sobre algo deixar de ser arte por ser abjeto ou doentio, mas prefiro fazer isso se algum dia esbarrar com algo assim que eu considere arte. Não, eu não acho que o “És o que lês” seja arte.

Quem acha isso são as pessoas que colocaram a obra em uma galeria de arte (e colocarão em outra este ano) e quem dá força à relevância do ato são os mais de 2 milhões de pessoas que votam na petição on line.

Há muita paixão nessa história toda e a verdade – que para mim pouco importa aqui já que não estou preocupado com o artista e sim com a forma como isso repercute – se perde, em todo o caso, já que parece haver grande interesse nisso fui fazer uma busca e aparentemente o cão recebeu comida e água, ficou preso por 3h e depois fugiu no dia seguinte: