A gente vai se esbarrando, ombro a ombro com gente que nunca vimos e jamais reencontraremos, desviamos do mendigo sujo que arrasta um enorme saco preto com os bens recolhidos nas lixeiras. Vamos espremidos pelas calçadas da cidade maldizendo os camelôs que atravancam tudo!

Mercadoria roubada, pirataria e criminalidade é tudo que vemos ao olhar para as barraquinhas, para os chamados paraquedas que permitem a fuga rápida ou para os caixotes para vender chumbinho para matar ratos.

Toda semana vemos nas folhas dos jornais os conflitos com a guarda civil, no entanto raramente vemos os homens atrás das barracas.

São, até onde pude pesquisar, pais de família, gente que foi sendo colocada de fora do mercado de trabalho formal e encontra ali sua última chance de trabalho fora da marginalidade. Gente que ganha geralmente meros R$300,00 por mês e que aspira voltar ao trabalho que oferece seguro de saúde e aposentadoria.

Vou colocar um artigo sobre isso na sessão textos. Se puder colabore com uma história!