Para você remédio é um treco amargo que você só ingere se o mal estar te obriga? Se for então esquece o título deste artigo! ;)

Agora, se na sua família ainda existe uma avó ou uma tia meio pirada que faz aquelas receitas populares de chás e ervas que curam tudo e ainda são gostosas (tirando o chá de agrião que sempre odiei) então pode voltar a considerar o título:

“Arte é remédio”

Pelo menos para mim ela é.

Moro perto de um morro ─ quem no Rio não mora perto de um? ─ e na madrugada de hoje acordei sobressaltado com rajadas violentas tiros de armas pesadas. Não teve jeito, no final do dia estava com a cabeça explodindo. Tensão.

A imagem das pessoas que moram ainda mais perto que eu da troca de tiros e metralhadas não me saía da cabeça. Gente sob suas camas, crianças chorando… Sofro deste tipo de empatia, sabe?

Felizmente tinha ingresso comprado para assistir “Qual é a Música II” com a dançarina contemporânea Paula Águas.

Batata! Logo no comecinho a dor já era apenas uma sombra, no final não mais do que um fantasma e agora uma lembrança distante.

Da próxima vez que uma tensão te atacar, uma apreensão te oprimir ou a angústia te deprimir tente esta receitinha caseira: Sair de casa, procurar um evento cultural, mas não servem aqueles industrializados que vendem às pilhas, tem que ser arte mesmo. Aplique por uma hora.