Quem me conhece ou lê com frequência este bloguinho sabe que tenho mania de formar longas correntes de associação entre as coisas, ou seja, para falar do bom humor de um amigo passo pela febre aftosa, o culto a Kali e os poemas de Fernando Pessoa, mas veja se não faz sentido…

Dizem que agosto é o mês do desgosto e logo aparece uma lista de desastres ocorridos nesse mês. Do suicídio de Getúlio Vargas à explosão da bomba atômica.

O problema é que nossa cabeça funciona desse jeito: ela assume uma ideia e sai em busca de confirmações para ela. A isso chamamos de raciocínio. Bem… de bitolação também.

Se a gente procurar um pouco achamos enormes listas de desastres em todos os meses. Tem o 11 de setembro do terrorismo contra os EUA e o 11 de setembro do terrorismo dos EUA contra o Chile. Escolha o seu mês e pesquise.

Dai que ontem fui encontrar com uma grande amiga e falamos sobre essa geração que está com seus vinte e poucos anos. Segundo ela a maioria só quer se alienar e se droga horrores. Hoje li o blog da Lyra e vi que ela também acha que está tudo tão errado que a gente tem mais é que se revoltar, se alienar ou mergulhar nos estudos.

Putz, a coisa está ruim mesmo. O mundo está em crise, mas esse papo de que “não tem jeito” já virou Agosto do desgosto!

Viu? Dei uma volta, mas faz sentido, não faz?

As coisas não vão bem, mas aceitar a inevitabilidade dos problemas é criar um pensamento cíclico vicioso que se retroalimenta que nem uma bola de neve.

Quando as coisas vão mal a gente precisa do espírito guerreiro ou da garra dos esportistas radicais que enxergam em cada obstáculo uma melhor possibilidade de superação.