Há dias em que devemos nos calar, evitar conversas e principalmente palavras escritas que tem esta mania de sobreviver à passagem do tempo e nos expõe ao ridículo!

São aqueles dias em que acordamos vendo o sol cinza, a lua azul e as pessoas pelo avesso. São dias Mayakovsky, mas serve Strindberg ou qualquer outra criatura ácida!

Bom, no caso deles não tem jeito! Quando todos os dias são Sylvia Plath então é melhor escrever mesmo pois ai já não é mais quem segura a pena que acabará diante dos olhos críticos do futuro, mas a nossa civilização inteira que tem a capacidade de produzir esses espíritos perturbados, esses Mários de Sá-Carneiros!

Os últimos dois dias tem sido os meus dias de chuva como se nota pelo post anterior neste blog.

De vez em quando bate um vento na vida que bate num estrondo as portas deixadas desprevenidas, que joga toda a papelada pelo chão e nos dá um arrepio fazendo-nos lembrar que nossos esforços para fingir que o mundo pode ser encerrado entre muros de concreto cinza não passam de fantasia.

Nada aconteceu de especial, não é uma bomba, nem um maremoto, nem qualquer outra catástrofe, é apenas um pé de vento! Todo mundo já viu isso!

Pois nada aconteceu aqui também! Só um pé de vento… e, de repente, parece que as pessoas são egoístas, só olham para as próprias mãos e repetem sem parar “como são lindas!”.

Deixe estar, amanhã acordo Mário Quintana numa manhã especialmente alegre, quem sabe?