A jornalista conversava com dois convidados. Um era o recém nomeado responsável pela solução dos menores de rua no Rio de Janeiro, a outra era uma mulher que vive a realidade destas crianças.

Pouco antes a matéria na rua havia mostrado como a maioria dos menores é vista como ameaça pelo restante da população quando tudo que queriam era respeito. Mostrou que geralmente são crianças que fogem de lares destruídos pelas drogas, crime ou violência, quase sempre a violência.

Nas palavras dos entrevistados até havia razão: tirar os menores das ruas, levá-los a escolas, reintegrá-los às famílias.

Acontece que, enquanto buscamos razões para as mazelas da nossa sociedade, esquecemos que ainda estamos muito mais próximos da emoção, do instinto e dos mitos inconsciente do que queremos admitir.

Somos só animais um tanto quanto racionais e devemos encarar isso sem arroubos de pessimismo! Ser animal é bom, ruim é fugir da realidade e não conhecer o próprio reflexo.

Para encontrar a ordem temos que reconciliar nossa razão com a emoção em suas várias formas.

Como podemos esperar paz quando os mitos ao nosso redor nos levam a “querer” e não a “ser”? Desde a cultura às celebridades até as nossas modernas personificações do herói somos impelidos à violência e ao preconceito.