Tudo de que a alma precisa é um espaço escuro onde a luz das suas ideias e transformações lançam a única luz vestindo-nos de sentido.
Era o que estava lá na frente: um palco quase vazio. Uma cadeira, uma mesinha com um copo de água. Uma atriz, Clarice Niskier: A Alma Imoral.
A peça está em cartaz no teatro Leblon (RJ) até o primeiro dia de novembro.
É um texto de rara profundidade e ainda assim mantém a leveza e o humor – em grande parte graças ao talento da atriz.
Confesso nunca ter lido um texto de Nilton Bonder (autor do livro que deu origem à peça), entretanto isso mudará muito em breve.
A série de reflexões são quase pagãs e podem causar alguma perplexidade, mas autor e intéprete conseguem iluminar o delicado equilíbrio entre a moral que nos contém e a imoralidade que nos impele, nos torna humanos.