Algumas obras marcam a história, influenciam ou refletem tempos de mudança com tal intensidade que se tornam imortais. São eventos cósmicos como tenho dito com um certo exagero na tentativa de transmitir a seriedade com que as vejo.
Hamlet é assim. Dom Quixote e Paraíso Perdido também assim como a Odisseia. Isso poucos discutem, mas quando incluo Senhor dos Anéis e Fronteiras do Universo a esse seleto grupo os que não leram as obras se surpreendem (a maioria também não leu Hamlet e muito menos A Odisseia ou Paraíso Perdido).
Ainda não tive tempo e forças para explicar no meu site porque acho tais obras tão importantes, mas, depois de anos de preparação, pretendo fazê-lo até agosto para favorecer quem quiser ler antes de assistir A Bússola Dourada, que é a adaptação para o cinema do primeiro volume da trilogia Fronteiras do Universo (His Dark Materials na versão em inglês em homenagem a Paraíso Perdido de John Milton).
Avonda!!! (essa só no Caldas Aulete) Devaneei demais porque achei que tinha que fazer uma introdução. O que tenho a falar é sobre uma das coisas que torna algumas obras mais marcantes do que outras.
Quando a gente lê um livro vivemos a vida dos personagens e há personagens que, por mais fofos e simpáticos que sejam, tem vidas que não valem a pena viver, suas histórias podem até ser instigantes ou divertidas, mas é a força de caráter, espírito ou a forma como transgridem a personalidade medíocre que os tornam especiais e faz valer a pena vivê-los.
Sim, vivê-los como já disse! Há personagens que vem à nossa mente nos momentos difícies e nos inspiram a encontrar em nós as suas qualidades. Posso até dizer que recentemente fui salvo por Lorde Asriel…
A literatura contemporânea está repleta de personagens sem profundidade e com personalidades simples para serem mais facilmente consumidos pelo grande público e isso os torna voláteis. Mesmo os personagens de Senhor dos Anéis (e me desculpem os outros fãs ardorosos – eu sou um de vocês) carecem de personalidades complexas e multifacetadas como as de Asriel, Iorek, Lyra, Will…
Viver personagens que vão além da superfície e desafiam limites nos faz mergulhar junto em nossas próprias profundesas e ousar questionar os nossos limites e convicções.
Adianta pouco ficar falando e duvido que o trailer acima seja capaz de mostrar a experiência de ler a trilogia de Philip Pullman. Vá a uma livraria e folheie os livros.