“Nesta cidade o ódio faz acontecerem muitas coisas, mas o amor faz mais ainda. Por que será que no amor acontece tanta briga, e no meio do ódio há tanto amor? Tudo foi criado do nada, e o nada foi criado do tudo. A luz tem peso e a vaidade é levada a sério. O caos disforme é feito a partir das formas mais bem proporcionadas.”
Romeu e Julieta – William Shakespeare na adaptação de Fernando Nuno.
Entre nós e nossos irmãos animais e plantas talvez a única real diferença seja a capacidade de se encantar com a arte e, do encantamento, criar novas coisas e obter prazer da vida.
Infelizmente, nos últimos tempos, vivemos um tipo de era do hãhã (aquele muxoxo rápido de quem diz “sei… sei…” sem saber de fato) ou da fotocópia: temos uma ideia geral de tudo e um conhecimento íntimo de nada!
Quem só conhece Shakespeare pelas referências a ele nos seriados de televisão perde mais do que o prazer de histórias que alimentam a alma! Perde alguns dos melhores motivos para ter orgulho de ser humano.
Isso para não falar de Cervantes, Pirandello, Rousseau, Machado de Assis, Philip Pullman, e tantos outros. Mesmo livros não sendo tudo, há outras formas de arte tão ricas quanto eles…