Pode ler sem medo: não há spoilers.

O link ao lado é para a publicação digital pois não achei a versão em papel à venda online, mas não deve ser difícil de achar em livrarias é para o perfil no GoodReads.

A obra é de um novo autor nacional e voltada ao público na faixa dos 13 anos.

Gosto de histórias que não subestimam a inteligência dos jovens e essa é uma delas.

Logo no começo do livro me vi impelido a sublinhar os nomes e anotar os apelidos do lado pois cada um dos 9 personagens é conhecido pelos dois então, logo de cara, já são 18 (na verdade 16 pois dois personagens não tem apelido) nomes para decorar.

Em poucas páginas percebi que isso não teria sido necessário pois o autor soube criar rapidamente os laços emocionais que nos ajudam a fixar os nomes.

Creio que os leitores que gostaram de Harry Potter vão gostar da turma de protagonistas de Palladinum pois vejo grande semelhança de comportamento entre eles o que, na verdade, me desagradou um pouco porque, bem… Eu não gosto do perfil dos personagens de Harry Potter, mas isso é uma questão de gosto.

Já que estou comparando, considero o desenvolvimento de personagens do Marcelo Amaral melhor que o da Rowling que, na minha opinião, os deixa muito rasos.

O universo de fantasia criado para Palladinum também pode surpreender boa parte dos leitores por sua criatividade ainda que haja momentos que me senti dentro de um episódio de Caverna do Dragão ou numa raid heróica no World of Warcraft o que também é ótimo, afinal um mundo fantástico totalmente novo acaba criando um obstáculo para a identificação do leitor.

Um outro aspecto importante que me incomoda em muitas obras modernas e não vi em Palladinum são as incoerências. Coisas como gente vendo no escuro ou atravessando uma porta que tinha sido fechada poucas páginas antes.

Muito embora seja para crianças (e temos que lembrar que as crianças modernas são mais adultas e os adultos mais crianças) também não há subestimação emocional.

Uma coisa que lamento ter se perdido dos tempos de Grimm para cá foi a exposição das crianças a emoções fortes o que cria adultos emocionalmente imaturos e despreparados para lidar com perdas, medos, raivas, rejeição.

Em Palladinum nem os personagens, nem os leitores são excessivamente poupados. Não chega perto da realidade sombria de um Fronteiras do Universo de Philip Pullman, mas acho que é um ótimo instrumento de amadurecimento de emoções, inclusive das que eu disse não gostar mais acima.

Recomendo.