É uma obra singela que só deve ser apreciada mesmo pelos fãs da trilogia Fronteiras do Universo de Philip Pullman e não tem as mesmas pretensões filosóficas da trilogia, mas há um quê de Will Eisner ou mesmo de Borges na maneira que a cidade em si se torna uma personagem.

Também tenho essa relação com as cidades e lugares… Eles, para mim, tem um espírito que lhes é conferido por sua história e pela história das pessoas que passam, vivem e morrem em suas esquinas.

A Oxford de Lyra não é uma cidade tão mítica quanto a de Borges em O Aleph, nem tão viva quanto o Edifício de Will Eisner, mas é suficientemente carismática para nos deixar com vontade de caminhar por suas calçadas à noite.

Mesmo não sendo uma obra de leitura obrigatória é bom rever uma personagem forte que nos apresenta um bom modelo de comportamento para o século XXI.

Além disso a boa tradução de Daniel Estill consegue manter o ritmo e o clima da trilogia original garantindo uma leitura fluida para o fã voraz por mais um pouco da cativante Lyra Belaqua.

Quem não leu a trilogia deve evitar o livro pois contém alguns spoilers.