Estava lendo no Síndrome de Estocolmo o post Propaganda misógina banida da Espanha (cópia no WebArchive) e teci o comentário abaixo que achei que merecia vir para cá.
Imagem na propaganda:
Arte é um conceito tão vago, né?
Concordo que propaganda não pode ser arte afinal o objetivo dela é VENDER e ponto.
Apesar disso algumas peças de publicidade antigas (tem umas boas dos anos 70) são consideradas arte.
Só que…
Existe uma diferença abissal entre a forma de observar arte e a de observar publicidade.
Quando olhamos uma peça de publicidade de um produto que nem existe mais estamos analisando o ambiente cultural daquela época.
A proposta de observar a campanha da Dolce Gabana do ponto de vista artístico não deixa de ser interessante… De que mundo ela fala? Em que mundo a Dolce Gabana acredita? Aparentemente um mundo onde o céu se mostra distante e inalcansável sobre um mundo árido e metálico onde homens rudes se entregam aos seus desejos animais subjugando mulheres sofisticadas e de uma classe social, talvez até mesmo de uma época, diferente.
É… Visto como obra de arte até que representa características de alguns estratos do nosso tempo.
Acontece que é uma peça de propaganda e o que acaba por fazer é vender esse mundo para o consumidor e se vender a consumidores que enxergam o mundo dessa forma.
Perigoso…
Imagem: Moulin Rouge – Toulouse-Lautrec
Recomendo a leitura de: http://aguarras.com.br/2006/06/24/tapete-vermelho/
Beijos!