Estava lendo no Síndrome de Estocolmo o post Propaganda misógina banida da Espanha (cópia no WebArchive) e teci o comentário abaixo que achei que merecia vir para cá.

Imagem na propaganda:

Arte é um conceito tão vago, né?

Concordo que propaganda não pode ser arte afinal o objetivo dela é VENDER e ponto.

Apesar disso algumas peças de publicidade antigas (tem umas boas dos anos 70) são consideradas arte.

Só que…

Existe uma diferença abissal entre a forma de observar arte e a de observar publicidade.

Quando olhamos uma peça de publicidade de um produto que nem existe mais estamos analisando o ambiente cultural daquela época.

A proposta de observar a campanha da Dolce Gabana do ponto de vista artístico não deixa de ser interessante… De que mundo ela fala? Em que mundo a Dolce Gabana acredita? Aparentemente um mundo onde o céu se mostra distante e inalcansável sobre um mundo árido e metálico onde homens rudes se entregam aos seus desejos animais subjugando mulheres sofisticadas e de uma classe social, talvez até mesmo de uma época, diferente.

É… Visto como obra de arte até que representa características de alguns estratos do nosso tempo.

Acontece que é uma peça de propaganda e o que acaba por fazer é vender esse mundo para o consumidor e se vender a consumidores que enxergam o mundo dessa forma.

Perigoso… 

Imagem: Moulin Rouge – Toulouse-Lautrec