Mirror Mask é um filme. Dirigido por Dave Mckean e escrito por ele e Neil Gaiman, a dupla responsável por uma das séries de quadrinhos adultos mais cultuada: Sandman.

Não é muito simples falar de um filme como esse. A parte fácil é reclamar por não ter entrado em cartaz nos cinemas e da tradução que poderia preservar a fidelidade com algo como Máscara de Espelhos…

Faz uns dois dias que vi o filme – o DVD acaba de ser lançado aqui no Brasil – e passei a noite seguinte tenho um longo e incrível sonho inspirado nele.

A obra de Neil Gaiman é assim para algumas pessoas. Ela se insinua entre as nossas imagens inconscientes, nos leva a regiões da nossa mente que foram esquecidas quando ainda saltávamos de árvore em árvore.

Mirror Mask (Máscara da Ilusão na tradução) é uma fábula moderna com uma heroína adolescente que vive no mundo de sonhos do circo, mas sonha mesmo é em viver no mundo real.

A história não é um mergulho profundo na misteriosa natureza humana, é até algo previsível e trivial, mas… mas…

Bem, tem a fantástica concepção artística de Dave Mckean e um roteiro com pelo menos dois pontos bem instigantes. Um deles é uma cena aparentemente sem sentido, mas muito característica de sonhos e a outra é um jogo antigo de Gaiman que nos confunde entre as fronteiras dos sonhos. Só não falo nelas aqui para não prejudicar o prazer de quem ainda não assistiu o filme.

No final das contas creio que a dupla poderia fazer mais, no entanto já mostraram coragem de quebrar as regras já nesse primeiro projeto cinematográfico. Espero que eles voltem com algo na linha de Coraline, mais denso, mais perturbador.

A propósito, virei fã de Stephanie Leonidas, a jovem que faz a protagonista.