Harold Bloom, para quem não conhece, é um sujeito mais apaixonado por Shakespeare do que sou por Tolkien.
Para ele Shakespeare foi o inventor do humano moderno (assim como para mim Tolkien talvez tenha criado o herói comum e sem poderes).
Estes apaixonados por autores sempre são meio esquisitos e até chatos. Não posso falar por mim, mas o Bloom tem uma vasta cultura e, exageros à parte, sabe bem do que fala.
Pois no sábado comprei um livro dele sobre 100 gênios da literatura. Não os 100 maiores, mas 100 dos maiores.
Para Bloom gênio é o artista que acrescenta algo à nossa consciência e que consegue ficar além do próprio tempo.
Era uma definição que eu gostaria de ter escrito.
Nesta obra (Gênio) ele distribui os gênios de acordo com as Sefiras da Cabala judaica.
Outra ideia que eu gostaria de ter visto antes!
Muito mais do que um guia de leitura a obra é um guia de associações e compreensão da arte.
Logo nas primeiras páginas ele parece sugerir que só deveríamos ler os gênios; eu não chegaria a tanto. Contudo certamente deveríamos ler pelo menos alguns dos gênios.
O ponto negativo fica para a editora Objetiva que trocou o subtítulo do livro dando a impressão que se trata de uma coletânea dos maiores gênios quando se trata muito mais de um estudo da literatura através de alguns poucos dos grandes gênios. É diferente.