A arte sempre nasce de algum tipo de subversão, não acha? Quer dizer, depois de um tempo todo mundo passa a gostar e vira fenômeno pop, mas pense nos criadores de cada movimento artístico, no primeiro cara a rabiscar coisas em uma caverna… hummm… Longe demais para lembrar, né?

Um tempinho atrás uns caras começaram a pichar muros de um jeito diferente, eram desenhos ricos em cores e nuances, nada como os meros rabiscos que agrediam os nossos monumentos. Acho que foi no final da década de 70, uns 10 anos depois do Basquiat lá nos EUA. Foi quando nasceu o grafite, principalmente em Sampa.

Lembro bem dos mais velhos reclamando da barbárie dos grafiteiros, mas quem não se entregava ao preconceito via que ali tinha algo de diferente.

O tempo passou, uns trinta anos, e os grafites estão integrados aos nossos muros e poucos tem aquele caráter crítico, escatológico ou selvagem.

É entressafra, mas logo-logo pinta algo novo, não sei o que será ainda, mas sei que antes a gente tem que estar realmente insatisfeito com os nossos caminhos. Por enquanto os calouros das nossas universidades estão mais preocupados em juntar trocados para uma chopada do que em olhar para o seu ofício como forma de transformação do mundo.