Acabei estes dias de ler Deus, um Delírio, de Richard Dawkins e depois vou fazer um artigo completo sobre ele lá no site.
Sabe, achei Dawkins meio ingênuo e superficial em seus argumentos, entretanto passar 500 páginas pensando em religião pode não ter mudado a minha forma de pensar (já demonstrei meu ceticismo, por exemplo, no post Diante da igreja), mas me levou a mudar meu modo de me colocar publicamente.
Publicamente sou ateu
Por outro lado também escrevi Em uma mão um terço, na outra a lua onde falo da minha relação com a espiritualidade.
Isso pede explicações…
Acredito que a religiosidade e a espiritualidade podem ser importantes instrumentos para desenvolver a consciência ao estabelecer um modelo a ser alcançado, uma divindade supra-consciente a que procuramos nos ligar e nos igualar.
Reconhecendo essa importância e percebendo que é mais prático resgatar o cristianismo de volta à sua essência do que criar um novo pensamento humanista secular eu decidi me colocar publicamente como agnóstico ou coisa parecida. Não mais.
- Eu não creio que a nossa consciência individual persista depois da morte
- Duvido que o Universo tenha sido criado por um Deus
- Atribuo o que há de bom ou de ruim em nossa civilização aos nossos próprios méritos e defeitos e não à influência de deuses e demônios reais (embora tenha uma elaborada teoria de versões reais-imaginárias)
- Considero nociva a fé que procura sobrepujar a razão na explicação do mundo
- Considero nociva a postura que proíbe-nos questionar deuses e escrituras
Diante de tudo isso estou muito mais para um ateu do que para um religioso e só me auto-definia como algum tipo de religioso por delicadeza ou imprecisão irrefletida.
A imprecisão irrefletida se dá pois me aproximo muito do ateísmo do Humanismo Secular, mas tenho uma experiência muito íntima com uma dimensão da consciência que só pode ser definida como sobrenatural na falta de palavras mais adequadas.
No entanto, como pretendo guardar esta experiência espiritual apenas para mim (não por egoísmo, mas por crer que toda experiência espiritual deveria ser íntima) passarei a me auto-definir como ateu e simpatizante do Humanismo Secular.
Bem, esse é o lado blog dos meus comentários após a leitura do tal livro, o lado crítico virá outro dia no site como já disse. Acrescentarei oportunamente o link para esse post na lista abaixo.
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