Portanto a espiritualidade, ao meu ver, é a busca de uma consciência melhor e a busca do Pó é a busca dessa espiritualidade.
Que fique claro que, não importa em que acreditemos hoje, o que importa é que tenhamos humildade de saber que isso é apenas um passo a mais em nossa evolução. Sendo assim o que tenho a dizer é apenas uma visão espiritual que me parece útil para esse início do século XXI.
Em primeiro lugar acredito que, coletivamente, nossa consciência ainda é muito frágil para o completo ateísmo. Pode ser que alguns indivíduos funcionem bem assim, mas a nossa civilização precisa dos Deuses.
Acontece que nenhum Deus autoritário será aceito coletivamente, nenhum Deus pirracento que não aceita ser questionado será coletivamente aceito.
Além de precisar dos Deuses nós somos capazes de conversar com eles. Qualquer um que tenha experimentado um aletômetro (I Ching, Runas ou similares) sabe disso.
Se estamos falando com Deuses ou explorando uma curiosa habilidade da nossa mente para perceber tendências meméticas, não importa: nos comunicamos com um tipo de consciência superior à nossa.
E é isso que vejo nos Deuses, uma forma de consciência superior à nossa, um alvo, uma meta em que podemos nos fixar.
Coletivamente falando os Deuses modernos (não importa que sejam apelidados de Jesus, Alah, Brigite ou A Força) são humanistas e nos falam em apreciar as diferenças em vez de tolerá-las, em compreender que não há monstros ou demônios, mas apenas humanos perdidos ou doentes.
Individualmente falando, como eu já disse, pode ter gente que funcione bem assumindo o ateísmo, mas eu não sou uma delas. Considero a minha consciência ainda frágil demais para não precisar da ajuda dos arquétipos divinos.
A cada solstício e equinócio eu olho ao meu redor e curvo meu espírito ante à sabedoria dos Deuses que habitam as estações e a vida. Sempre que me sinto perdido e não consigo abraçar um problema com a minha consciência eu recorro a um aletômetro para conversar com o que quer que seja esta consciência superior.
Um dia talvez nós humanos possamos compreender o mecanismo dessa superconsciência, pode ser uma complexa engrenagem de memes, mas por ora temos um problema maior para resolver: Nossa espécie precisa de direção!
No século XV as religiões começaram a virar mitos juntando-se a Zeus e seu panteão. No fim do século XX o véu terminou de se descortinar. O que ocupará o vazio deixado? Ao meu ver uma visão de espiritualidade que cultua o questionamento e a consciência humana
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