Creio que já passei da metade desta série que começou aqui.

Hora de auto-crítica…

Talvez acompanhando os outros posts da série Em Busca do Pó não dê para notar, mas quem convive comigo… Bem, vou contar o que aconteceu no sábado passado e você vai entender.

Eu estava com a minha sogra e a minha esposa num shopping quando vi uma vela com a imagem de São Lázaro (participante tanto do panteão católico quanto do da Umbanda) e disse alto “Nossa! Um homem cheio de feridas!”. Isso foi grosseiro.

No ponto que estou hoje vivo uma relação de amor e ódio com a fé. Espero resolver isso, mas é necessário admitir. 

Afinal de contas estou aqui, em grande parte, desconstruindo a fé moderna e a minha imparcialidade está comprometida.

Além disso o que me garante que não há um monstro sob a cama, outras dimensões que a nossa ciência ainda não consegue detectar, santos, anjos e outras manifestações sobrenaturais?

Principalmente quando algumas horas depois que eu desrespeitei um santo a minha sogra vai a uma missa e fica surpresa ao ver que o mesmo santo foi o tema escolhido?

Pode ser coincidência, mas é necessário ter humildade quando tratamos de um assunto tão fundamental quanto a essência da nossa espiritualidade e consciência.

O episódio me fez decidir assumir mais uma vez a minha ignorância como fiz na primeira parte da série e fazer o papel de crítico de mim mesmo discordando do que tenho dito e assumindo pela primeira vez publicamente (ainda bem que quase ninguém lê este blog) os aspectos místicos da minha vida.

Só não vou contar detalhes porque ficaria longo e chato, mas…

  • Já experimentei o êxtase da consciência cósmica três vezes (sem drogas envolvidas)
  • Tenho razões para crer que já mandei alguma parte da minha consciência para onde meu corpo não estava
  • Acredito que oráculos são uma forma de se comunicar com uma consciência mais vasta que a nossa
  • Psicografei uma carta do meu tio na noite em que ele morreu (soube da morte sem ninguém me avisar)
  • Sou de uma família extremamente intuitiva onde as pessoas sentem as mortes uns dos outros entre outras coisas

Como se nota eu não posso negar totalmente que há algo mais além da matéria como a entendemos hoje sem ser hipócrita.

O que acontece é que, não estando convencido com as explicações oferecidas pelas religiões e doutrinas atuais, decidi assumir que talvez tudo que sabemos hoje sobre todas essas coisas está passível de novas interpretações.

No entanto, se há uma consciência com que nos comunicamos através de oráculos talvez ela também se manifeste através de santos, como poderei saber?

Assim peço desculpas a São Lázaro e reconheço que preciso separar melhor a espiritualidade da manifestação religiosa ou do sequestro dela por “donos da verdade religiosa”.

Achei importante destacar mais uma vez as minhas incoerências e fragilidade diante de um tema tão delicado que pode ter tantas implicações na forma como nos colocamos na existência

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Série de posts em busca da consciência humana