Estava revendo a odisséia de Ulisses, aliás, aquela foi A Odisséia, né?

Lembro que tinha lá meus 13 anos quando me caiu, não sei bem de onde, um exemplar da “Mitologia Dourada” ou coisa assim.

Devorei aqueles heróis e mitos encantado com a humanidade deles, o que não sabia na época era que tudo aquilo realmente existia!

Até o advento do cristianismo, lá pelo século IV, os deuses eram enraizados na Terra. Para cada parada na aventura de Ulisses havia mesmo um lugar real onde os gregos achavam que moravam cíclopes, Circe ou se escondia a entrada para o Hades (esse se não me falha a memória ficava numa região sulfurosa da costa da Itália).

Para cada divindade havia uma terra.

Talvez tenha sido por causa da “globalização” promovida pelo império romano, mas o fato é que os deuses foram expatriados, até mesmo o deus “vitorioso” judaico-cristão foi expulso da sua terra e já não habita mais a terra sagrada dos seus filhos.

Agora buscamos em nossos corações inconstantes a morada dos deuses. Acho que é por isso que já não lhes damos mais tanta atenção.

Quanto a mim prefiro e continuo a ver e escutar os deuses entre os ramos das árvores nos bosques. E tão mais forte são suas vozes quanto mais selvagem a mata.