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A religiosidade precisa estar atrelada a um ou mais Deuses?

Ser religioso, místico ou espiritualizado implica em crer em Deuses?

Eu sinto que o Universo vai além da matéria, que todos nós estamos caminhando em direção a uma forma de consciência mais ampla do que essa que temos hoje, creio mesmo que podemos nos comunicar com um tipo de consciência cósmica, o Pó, usando oráculos, mas não creio que essa consciência espere algo de mim, que ela tenha criado o Universo ou mesmo que ela o influencie de qualquer forma.

A minha espiritualidade não tem Deus.

Um dia falarei em deuses a que dou ouvidos em busca de sabedoria e orientação, mas quando eu estiver morto é ao Pó que desejo retornar se possível e não a esses deuses.

Este post é sobre o papel dos Deuses no caminho espiritual. Sobre os deuses acima sugiro a leitura de Dr Strange Shamballa de J. M. DeMatteis (não achei no Brasil).

A questão é, seja o que for que nós e nossa consciência seremos em um milhão, em dez milhões de anos, é tão inconcebível para nós que pode se tornar mais fácil imaginar um Deus com as características que acreditamos que viremos a alcançar.

Também poderíamos nos concentrar mais em dar um passo de cada vez e procurar quais são os obstáculos que encontramos AGORA para a expansão da nossa consciência. Sou adepto dessa abordagem e por isso fui abandonando os Deuses.

Convenhamos que, normalmente, Deuses são um artifício para impor a ordem ou um ponto de vista pela força do medo e esses deuses são, na verdade, anti-deuses se considerarmos que nosso caminho é em direção à coragem, independência e sabedoria. Já falei deles em uma parte anterior a esta.

Impor a ordem é necessário quando não vemos razão para viver em ordem e esse tipo de Deus pode ser muito útil para quem não vê outra razão para o bem além do medo do castigo, mas volto a dizer que já falei sobre esses Deuses também e que isso não tem nada a ver com espiritualidade, consciência ou o Pó que estamos buscando.

Um Deus nos leva em direção ao futuro, nos torna melhores, quando é uma meta alcançável.

Cristo era uma meta alcançável: um homem como qualquer um de nós que chegou a dizer que tudo que ele foi, tudo que ele fez nós faríamos melhor. Mas isso foi só até Nicéia no século IV quando arrancaram Cristo da Terra e o tornaram um Deus tão inalcançável quanto qualquer daqueles outros que era usado para dar poder e autoridade aos faraós.

Um dia pensei ter criado uma fábula que depois achei na tradição chinesa: O primeiro Deus nasceu quando uma pessoa dormiu sob uma árvore e sonhou que seus pés eram a raiz envolvendo a Terra, seu corpo o tronco e sua cabeça e cabelos o céu e as estrelas.

Nossa adolescência está acabando. Sabemos que estamos evoluindo e que não há um limite para isso. Um dia seremos Vorlons (vide Babylon 5) muito além de qualquer um dos nossos sonhos. Precisamos de Deuses que nos libertem, nos digam que podemos e devemos crescer. Precisamos de Deuses que nos falem dos nossos laços com nossa mãe Gaia (e aqui estão os meus Deuses antes do que pensei que apareceriam) e sobre a vocação da nossa consciência e esse Deus poderia ser o Cristo se não lhe tivessem roubado a alcunha de nosso irmão tornando-o nosso pai.

Continuamos adorando os Deuses que nos mantinham na linha quando ainda não tínhamos maturidade para saber por que fazer o certo, agora precisamos de Deuses que nos ajudem a explorar nosso potencial: dos Deuses do corpo para os Deuses do espírito

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