Hoje fui ver o filme mais recente de Shyamalan, A Dama na Água.

Depois de Sinais eu fiquei meio pé atrás com ele. Quer dizer, suas histórias sempre tem uma qualidade moral que andava rara nos últimos tempos, mas… Bom, não gosto de falar de filmes para não estragar a graça de quem não viu, mas Sinais foi meio bobo.

A Dama na Água foi uma surpresa excelente.

É claro que tinha alguns retardados no cinema que ficavam dizendo “olha, é o diretor” toda vez que o Shyamalan aparecia na tela e que tinham dificuldade de entender a trama que não é complexa. O mais triste é que os retardados eram mais velhos que eu… Bem, mas isso não é novidade. A Coelha e eu sempre damos este tipo de azar no cinema! ;)

Seja como for o que vi na tela foi uma fábula e fábulas são o fogo que desperta o espírito. Três coisas muito preciosas hoje: fogo, despertar e espírito.

A história, aliás o filme inteiro, parece flutuar entre o nosso mundo e o mundo dos mitos. Aliás, chega a lembrar o estranho mundo de Coraline (do Neil Gaiman), mas há uma diferença. Nas fábulas e nos mitos raramente encontramos pessoas comuns, mas em A Dama na Água os heróis que encontramos se parecem mais comigo ou com você do que com qualquer personagem exceto talvez por Frodo (de Senhor dos Anéis).

Shyamalan deve ser um sujeito preocupado acima de tudo com o legado que tem a deixar. Pode estar enriquecendo com isso, mas é uma das formas mais nobres de enriquecer que eu conheço: semeando esperança, princípios e colaborando para nos lembrar que cabe a cada um de nós salvar a história.

O filme tem lá seus sustinhos, é parte do estilo dele, mas se isso não te incomoda vá assistir pois as fábulas são o material dos sonhos e os sonhos são as mensagens que nossa alma nos manda.