Não é mole gostar de ficção científica.

De cada 100 filmes 98 são ruins. Os que fazem mais sucesso são justo os mais fraquinhos (tipo Matrix) enquanto os bons – aqueles que trazem roteiros realmente instigantes – acabam com humildes resultados de bilheteria e portanto nenhuma atenção na mídia. Ao menos até que aqueles grupinhos de fãs os mantenham vivos por décadas…

Posso falar isso de Babylon 5, Gattaca, Cidade das Sombras e até de Jornada nas Estrelas que teve seus maus momentos.

Não sei o que falar de Firefly, a série fracassada que deu origem ao longa Serenity, porque não vi nenhum episódio.

Mas posso dizer que Serenity é um bom filme.

Estão lá nas entrelinhas aqueles questionamentos que a ficção científica tem coragem de apresentar quando outros estilos permanecem cegos, ou talvez intimidados.

Sem estragar a graça do filme a gente pode afirmar que ele nos propõe pensar um pouco sobre até que ponto é bom criar um mundo de harmonia guiado por um único consenso central.

Não é um tema raro, mas não tem sido muito frequente e certamente é bem propício.

No recheio temos um ambiente interplanetário só com humanos, algo também incomum no estilo, e um ritmo de ação que não descamba para a correria desembalada da maioria dos filmes de ação que concentram toda a história nos 5 minutos iniciais e finais.

Só achei que os personagens poderiam ser um pouco mais densos, mas isso pode ser por conta da minha chatura, coisa de fã de Hamlet! ;-D