Cheguei ainda há pouco, umas duas horas, do primeiro encontro de roteiristas de cinema.

Veja só… mais de 100 anos de cinema e agora ocorre o primeiro encontro de roteiristas de cinema… Talvez algo esteja mesmo despiorando, não acha? Tivemos muitos bons roteiristas de cinema no Brasil e um deles, a propósito, esteve lá hoje fazendo a abertura do evento: Doc Comparato.

Foi uma palestra de abertura muito interessante com vários comentários úteis a respeito de qualidades necessárias em um bom roteiro, habilidades úteis a um bom roteirista e uma bem pensada linha de tempo da história da dramaturgia conforme a escala das gerações.

Considerando que uma geração, baseada no ritmo biológico feminino, tem 65 anos, a história da humanidade abrangeria menos de 800 gerações.

É uma forma interessante de dividir o tempo, nunca tinha visto.

Conforme ela o teatro teria surgido há 45 gerações… Diante de 800 não é nada, concorda? Se pensarmos em cinema então… Menos de duas. Intrigante, concorda?

No entanto o que realmente me intrigou (para quem não sabe sou um analista de sistemas que escreve e filosofa com os próprios botões) é a falta de mercado e até uma certa falta de perspectiva do roteirista brasileiro.

Cheguei a mover minhas engrenagens de empresário já pensando em uma OSCIP para abrir espaço para uma geração de roteiristas aproveitando os novos meios abertos pela TV digital. Pelo menos esperamos que esses meios sejam abertos com a multiplicação de canais que é combatida pelas emissoras dominantes…

Gostaria de ir em todos os dias (o encontro vai até sábado, olhe a programação no link lá em cima), mas amanhã temos que ir à bienal do livro.

Bem, o que vale é que, além da boa palestra do Doc Comparato (apesar de eu não ter concordado com tudo… Meio arrogante da minha parte, né?), eu tive tempo para escrever 60% de um roteiro para um curtinha que talvez eu produza e a descoberta de que eu não consigo completar mais nenhuma obra literária porque não consigo impor limites à minha imaginação e tudo que começo a escrever logo demonstra que será uma coleção de meia dúzia de volumes… Vou passar a criar limites.

Nossa… Que post mais bloguezinho! ;-) Vou acabar dizendo só uma coisa nisso que já está parecendo um papo de bar (depois de duas doses de tequila).

Todo mundo devia dar um espacinho para atividades mais lúdicas e imaginativas como escrever um roteiro, um conto, uma crônica ou um poema de vez em quando, ou pelo menos ver gente que faz isso conversar a respeito. Faz bem para a alma e alma feliz é uma coisa danada de boa! ;-)