Nina é um filme de 2004 (ok, ando atrasado) com um time de nomes conhecidos como Guta Stresser, Matheus Nachtergaele, Wagner Moura, Renata Sorrah, Lázaro Ramos e Selton Mello.
Ao partir da divisão que Nina faz da humanidade entre ordinários e extraordinários (em substituição a reacionários e revolucionários) era de se esperar o embate das duas forças em um tabuleiro mais vasto do que o espaço claustrofóbico de uma única personagem.
Depois escrevo um artigo sobre o filme, aqui prefiro outro tom.
Quando vejo coisas como Nina (que ao meu ver se perde no caminho) primeiro procuro admirar o que tem de bom como a atuação correta da Guta e, principalmente a linguagem gráfica.
Depois penso justamente nisso: linguagem.
Qual é a linguagem da nossa época? Esta é uma questão que ecoa sem cessar nos meus pensamentos.
Em plena era da cultura de consumo o pessoal que admira e estuda arte fica tentado a dizer que estes são tempos de superficialidade e de uma linguagem cultural infantilizada e hedonista. Eu mesmo andei falando nisso embora nem seja crítico ou grande estudioso… Hummm… Talvez justamente por isso! Hehe!
Mas Nina me fez lembrar de vários quadrinhos adultos e apocalípticos da década de 70 que eram verdadeiras odes a Edgar Allan Poe, mas agora combinados à estética onírica de Neil Gaiman e Charlie Kaufman.
Esta era de transição entre cultura do consumo para cultura da informação tem sim uma linguagem intrincada e meio alucinada que se esquiva das análises. Difícil é separar o que é comum às obras modernas e o que não passa de ruído de fundo.