Existe uma delicadeza em Juno que é incomum. Algo que vemos em filmes como Pequena Miss Sunshine ou Ponte para Terabitia.
Gosto de classificar bons filmes de acordo com a sua capacidade de projetar em nossas emoções o mundo que não queremos ter ou o mundo que gostaríamos que fosse real.
Nos últimos tempos os retratos construídos são pessimistas demais ou ingênuos demais.
É nisso que Juno me parece uma obra ímpar: o que vemos é um mundo bom, um onde gostaríamos de viver. Com personagens que gostaríamos de ser. No entanto a perfeição ingênua de outras obras passa longe ali.
Não é segredo que esse filme é sobre uma menina de 16 anos que engravida e precisa decidir como lidar com isso.
Pode continuar lendo pois abomino “spoilers” e não vou dizer nada que prejudique o prazer da sua descoberta.
O que provavelmente te surpreenderá é a profundidade dos personagens e os seus comportamentos.
Esse é um filme difícil de comentar sem estragar algumas coisas. O máximo que posso fazer é sugerir que você preste atenção no seguinte…
- A forma como as personagens encaram seus problemas
- O julgamento que eles fazem uns dos outros
- O julgamento que você faz de cada um
Preciso chamar atenção, se você assistir nos DVDs com legenda em Português, para a má tradução em um ponto (é spoiler. Selecione para ler)
O tempo todo a protagonista se refere ao bebê como “coisa” até um momento específico. A legenda usa o tempo todo a palavra bebê.
O ponto mais importante de Juno, na minha opinião, é que ele é mais um sinal de mudança de paradigmas, nesse caso, acho, para outro melhor do que o anterior.