Tenho a impressão que muita gente pensa que a pandemia acabou, talvez para lidar com o estresse ou simplesmente pela capacidade humana de se adaptar a praticamente qualquer situação.

O fato é que, sim, nos adaptamos. Alguns mais cuidadosos usam máscara ao entrar no banheiro, que é mais fechado. Outros, também cuidadosos, declinam aos encontros quando estão com sintomas, mas no terceiro ano da pandemia finalmente voltamos a nos encontrar.

E lá estávamos nós na orla de Copacabana num fim de tarde como o da imagem acima. Uns 13 amigos que mal se viam nos últimos anos, alguns desde antes da pandemia.

Um efeito curioso da era da socialização online é que o reencontro é mais suave, não sentimos que ficamos privados daquelas pessoas por anos porque as “vemos” diariamente. Até a jornada de uma delas pelo Caminho de Santiago todos tinham acompanhado.

Isso não torna o reencontro menos colorido e os sorrisos vinham fácil percorrendo o peito, cintilando nos olhos e se expandindo para o mundo em gargalhadas leves como o ar do outono… e desafiando um pouco o calor do verão que já tem se imposto!

O pesadelo dos últimos quatro anos, que pareceu um purgatório civilizatório que ainda estamos atravessando com parentes próximos ainda presos lá, vinha de vez em quando ao papo, mas predominavam as trocas de memórias, experiências e histórias. Até aprendi um bocado mais sobre o judaísmo!

A vida é tão rica! Tantas coisas acontecem a todo momento, que a diversidade deveria mesmo ser um padrão em toda cultura. E a vida não se limita ao offline.

Pipoca no celular: fui demitida!

Estou no meio de um papo meio de negócios, mas, se tenho uma sugestão para a vida é essa: o maior valor da vida são as conexões que construímos e o maior sentido dela é vivê-la.

Levanto e vou para longe do burburinho do restaurante sob uma tenda e até pego umas poucas gotas de chuva.

– Posso te ligar? Nessas horas a voz é importante…

Trocamos mensagens de voz. A amiga está bem. Na verdade está ótima e já repleta de possibilidades.

Diversidade, eu disse, né? Também tem a transitoriedade de quase tudo. Também é diversidade transitar por muitas atividades, muitas localidades, muitas vidas.

A chuva prometida há dias não vem. Sou um carioca inadequado que já sente calor aos 24º e estava fazendo 29 às 21h quando saímos do Hera para cuidar dos que ficaram em casa e tem precisado bastante da gente.

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