Meu primeiro contato com o cristianismo foi lá pelos cinco anos… Em Recife, num pátio esquecido com uma freira que balançava lentamente em uma rede. E essa é uma lembrança curiosa!

Depois de 32 anos os símbolos cristãos foram perdendo todo o significado conforme mergulhava mais profundamente neles, a tal ponto que olho os afrescos de uma igreja como olho para os surpreendentes e belos desenhos de antigos deuses egípcios. Mas ontem tudo ficou diferente!

Entrei na igreja para, à minha maneira, abençoar o casamento de uma amiga muito especial. Era uma linda igreja, uma noiva linda como poucas e… um padre de Recife.

Admirava as imagens sem sentido e as frases em latim espalhadas pela igreja enquanto o padre se tornava cada vez mais simpático contando sobre o batismo e primeira comunhão da noiva conduzidos por ele mesmo. Depois ele passou a contar sobre a adolescência do noivo naquela igreja, das vezes que ele certamente entrou ali para conversar com o seu deus…

Aos poucos fui percebendo a força e o mistério da fé e como a história que vamos deixando jorrar atrás de nós é capaz de criar uma aura de magia, um tipo de alicerce que dá sentido à vida e substância aos deuses.

O longo véu que seguia a noiva leve como a bruma da manhã era a história da sua fé…