Pleno coração de Copacabana, nas calçadas da Nossa Senhora centenas de pernas dançam sem destino aparente cruzando, sem ver, a pracinha.
O tempo parece parar cercado pelos prédios bucólicos, um porteiro ou outro sentado diante da portaria e a brisa preguiçosa.
No canto esquerdo se abre um portão, entrada dos fundos de algum prédio. Dele sai uma escadinha que sobe até uma curiosa área lateral. Parece tirada de alguma vila, destas de gente simples e supersticiosa. Lá no alto da escada duas dúzias de pessoas, umas chiques e bem arrumadas, outras humildes com roupas velhas.
Em fila todas se dirigem a uma senhora de branco, baixinha, olhos claros, brilhantes e sempre surpresos como os de uma criança.
A senhora passa as mãos ao longo do corpo de cada um por um minuto ou dois, reza em silêncio, deseja saúde, paz, amor e boa sorte.