Essa crônica é um presente de aniversário para uma amiga whovian ;-)
Dia 9 de setembro de 2013 é o aniversário dela. Natália. Ela é irmã gêmea do passar do século, faz aniversário junto com ele! Agora, em 2013, ela tem 13 anos. É bom, porque assim ninguém confunde a idade dela! E quando o século XXI for adulto ela também será!
Treze anos comemorados no fim de semana, mas o dia real do aniversário caiu hoje, segunda-feira. A história que me contaram começa aqui! Segunda-feira, dia 9 de setembro de 2013, Natália com amigos e amigas num shopping center depois de assistir a um filme no cinema. Na mesa tem um monte de copos de refrigerante e milkshake vazios e um monte de gente tagarela conversando sobre um pouco de tudo: de moda até filosofia (não aquela filosofia chata, a de verdade que a gente faz para entender ou criar um papel para a gente nesse mundão que algumas vezes é tão pequeno).
“Com licença… Vocês sabem onde posso achar uma papelaria, uma loja que venda baterias de relógio, uma loja de bolos bem doces e um lugar onde se faça bronzeamento artificial? Hummm… Esqueça o bronzeamento artificial, acho que não vou precisar, mas o bolo! Bolo é importante! As maiores descobertas são feitas comendo bolos doces… Ou tomando banho, mas é difícil ter papel e lápis no banho… Bem, eu até levo, mas o papel fica desmanchando e depois nunca consigo decifrar o que escrevi…”
O cara que faz essa enxurrada de perguntas e comentários tem um olhar engraçado, parece que ele não está realmente ali, mas ao mesmo tempo percebe tudo ao seu redor! Antes que alguém consiga responder qualquer coisa, ele olha para a frente, diz “Ah!” e sai correndo em direção a uma papelaria. No meio do caminho ele se vira e grita “Obrigado!” antes de continuar em seu caminho.
Natália olha ao redor, mas estranhamente seus amigos parecem mal ter notado o cara! Não que eles não tenham visto, mas é que tem tanta gente estranha no mundo que algumas vezes a gente nem percebe que uma delas passou por nós. Mas ela percebe muito bem! Se levanta, pede licença e corre até a papelaria.
Ao encontrar com ele, ela cutuca seu ombro, ele se vira sério, mas logo abre um sorriso de diz “Ah! Você! Hoje é um dia importante! Estou de saída, vou viajar por algumas eras, quer dizer, eras e meses algumas vezes são tão confusos! E você? Também precisa de papel e lápis? Será que vendem à prova d’água?”
Natália está sem palavras, mas lhe estica um pequeno envelope onde se lê apenas “Não abra. Entregue a mim” na frente e “Natália” atrás.
Bem, essa história tem um prólogo, algo que aconteceu mais cedo e até agora nenhum de vocês que está lendo sabia…
Durante a madrugada, Natália acordou para pegar água na geladeira e tinha esse envelope colado na porta: “Não abra. Entregue a mim”. Era um envelope azul. Ela pegou e não abriu, claro, mas ao virar viu seu nome. Não entendeu nada. Entendeu menos ainda quando perguntou aos pais no dia seguinte se algum deles tinha deixado um recado na geladeira e eles não sabiam de nada. Sem saber o que fazer, ela deixou o envelope na mochila para pensar nisso mais tarde… Ao ver o cara no shopping, ela teve certeza do que deveria fazer! Ela sabia o nome dele, mas tinha medo de pensar nisso porque a situação toda já era muito louca sem pensar nisso!
Ele pega o envelope. Levanta uma sobrancelha, olha para Natália vendo se a reconhece, abre o envelope, lê e franze a testa… Logo depois, ele abre aquele mesmo sorriso e diz “Obrigado, Natália! Mudança de planos! Melhor comer logo aquele bolo! Eu já disse que hoje é um dia especial?”
“Pra mim também… Aniversário”, Natália consegue dizer entre um tum e outro do coração acelerado.
“Mas por que você não disse logo? Vamos! Eu pago!”
Bolo de coco com banana… Quem diria que existia bolo de coco com banana… Ele disse que era seu predileto, mas a cabeça de Natália a essa altura estava a mil! Não faz sentido, quer dizer, o aparecimento do envelope azul na geladeira não deixa dúvida, mas… quer dizer… É que essas coisas só acontecem em sonhos, né? Será que ela estava sonhando?
“Você está sonhando?” pergunta ele. “Tem uns sonhos ali, parecem deliciosos… Você gosta de sonhos?” Cada vez que ele fala parece que está juntando memórias, reflexões e premonições! É engraçado! “Você quer ler o que diz a carta no envelope? Acho que devia.”
Ela acena que sim com a cabeça… Quem consegue falar numa hora dessas, com tanta coisa acontecendo?
“Pode me agradecer, se quiser.” Era somente isso que estava escrito na carta… Com a letra dela!!
Ele tira do bolso da jaqueta de couro um envelope azul exatamente igual ao que ela lhe entregou…
“Comprei para deixar uma mensagem de despedida para uns amigos, mas acho que um deles é para você mesma preencher, estou certo?”
“Não sei!” É a primeira coisa que Natália conseguiu dizer, mas logo depois “Olha.. Eu tô acostumada com o tempo indo para um lado só! De ontem para amanhã, desse segundo para o próximo! E como assim você me agradecer? Era eu que devia estar agradecendo, sei lá, ao Universo por esbarrar com você! Afinal, a gente sonha com coisas, né? Acha que são de verdade, mas no fundo sabemos que é só sonho nosso… Eu tô sonhando? Eu já me belisquei sonhando e não acordei, então como vou saber se estou sonhando ou é de verdade?” Enquanto falava, meio sem notar, ela escreveu no papel azul novo exatamente o que está escrito no que ela achou no dia anterior…
“A vida é um sonho quando é vivida de coração… Bem, se for um sonho, sonho mesmo, uma hora você vai acordar, mas, se você está sonhando, eu não existo e, bom, eu me acho bem real, você não acha? Moça, você aí no caixa, eu lhe pareço real?”
Ele continua…
“Ainda não sei pelo que devo lhe agradecer… Você já me encontrou antes? Vamos dizer que a minha memória é… ruim!”
“Mais ou menos… Eu te conheço… O envelope eu achei em casa, mas você eu conheço… Mas tem uma coisa engraçada… Você… disse que estava escrevendo cartas de despedida? Eu já vi isso… Mas você era… errr… diferente…”
Ele a olha intrigado, se perguntando se ela realmente sabia tudo aquilo ou se ele estava entendendo errado. Imagine, uma menina tão jovem sabendo tanto sobre ele…
“Vamos dar tempo ao tempo, algo me diz que um dia saberei pelo que devo lhe agradecer, não é?”
“Acho que eu já sei… Só não quero fazer spoilers… Spoilers são perigosos… Olha, você já esteve em Londres em 2005?”
“Londres… Estive lá milhares de vezes, talvez em 2005… Com certeza em 2005, mas não deve ter sido um ano importante, pois não tenho certeza se tomei chá com Maggie ou tomei café sozinho.”
“Sabe de uma coisa?”, Natália o interrompe antes que ele se perca novamente em devaneios. “Acho que você devia dar um pulo lá… Procure uma loja de departamentos… errr… Suas roupas estão meio desatualizadas, não acha?”
Ele ri, pega a última mordida de bolo de coco com banana, mostra um papel em branco para a moça no caixa que lhe diz que não precisa pagar, é cortesia. Ele segura as duas mãos da Natália e diz “Acho que nos veremos de novo… Feliz aniversário!”
Enquanto ele vai embora, ela fica ali pensando se devia segui-lo, mas algo lhe diz que é cedo, não é a hora… E, por falar em hora, ela deixou os amigos sozinhos… Por quanto tempo? Vão achar que ela foi sequestrada!! Depois de agradecer à atendente da loja de bolos, ela sai correndo e encontra sua galera ainda conversando animadamente “Aonde você foi, sua doida? Aquele cara era amigo dos seus pais?”
“Hã? Ah! É, mais ou menos, nos encontramos por acaso… Ele aproveitou pra me pagar um bolo…”
A tarde continuou animada, mas Natália passou os próximos dias com a cabeça (mais) nas nuvens… Ficou claro que ela não estava sonhando, ela dormiu e acordou várias vezes e os amigos lembravam do dia em que o amigo dos seus pais lhe comprou uma fatia de bolo. Meses se passaram e viraram anos até que, lá pelos 16 ou 17 anos, um vento diferente lhe chamou a atenção… Um som peculiar percorreu o espaço até seus ouvidos, ela se virou e viu a pequena caixa azul, a porta se abriu e ele saiu sorridente, fixou um broche em sua roupa falando com ele mesmo algo como “Assim ficará mais fácil nos acharmos” e logo olhou feliz para ela e disse “Demorei um pouco para achá-la! Eu estava mesmo de partida naquele dia… Agora sei exatamente pelo que devia lhe agradecer! Você tinha razão!!”
Lá atrás, de dentro da caixa azul, a Tardis, uma moça loira dá um aceno alegre.
Ele olha para trás, olha novamente para Natália… “Quer dar um passeio?”
O resto da história infelizmente não me contaram… Spoilers, foi a desculpa que me deram…
Muito obrigada MESMO, Roney!!! AMEI DEMAAAAIS!!!! O melhor presente de aniversario que eu j ganhei! Voc a primeira pessoa (alm de mim) que me imagina ao lado do Doutor!!! S por causa disso, no meu aniversario de 13 anos, ano que vem, vou fazer questo de ir no cinema, beber refrigerante e milk-shakes!!!