Grandes edifícios substituem as árvores centenárias, as picadas de terra deram lugar ao ébano do asfalto e o vento já não corre solto e imprevisível, mas sim encanado entre as cordilheiras de concreto.
Dentro de cidades cada vez mais plásticas o mundo parece perder a magia. Parece…
Em algum lugar no Flamengo Cérbero guarda uma pequena igrejinha que, na verdade, é a porta para o inferno. Juro ter visto uma saci-pererê (também não sabia que haviam fêmeas) apoiada em uma muleta no ponto de ônibus bem ao lado dos MBAs que saiam da FGV. E, hoje, encontrei finalmente com o Gato de Botas para um jantar com amigos numa taberna no Leblon.
No começo parecia a pizzaria Guanabara, mas ainda era cedo. Logo começaram a chegar aqueles tipos estranhos, com o mesmo tipo de roupa, hábitos grosseiros, vozes e risadas descontroladas, batidas selvagens nas mesas, agarrando os taberneiros… As roupas não eram de couro,nem as botas estavam sujas de lama e muito menos os rostos empretecidos da poeira da estrada, mas a única diferença era por fora!