… tup… tup… tup…
O sinalzinho seco e grave indica que está procurando o celular de destino.
Tuuuuuu… … Tuuuuuuu… … Tuuuuuuuu… …
Chama…
Apoio os cotovelos na sacada da varanda olhando para o morro enfeitado com um mosaico intrincado de ruelas estreitas e casinhas precárias com paredes mofadas e cores desbotadas.
Parece que ele sempre esteve ali, e exatamente com a mesma aparência, cumprimentando um deslumbrado Cabral que corria pelas areias claras das nossas praias se regozijando por ser o senhor desta imensidão.
— Alô? … … Quem é?
Um batuque meio desordenado sobe desde uma casinha lá no sopé do morro. Vem de uma escolinha para crianças e pré-adolescentes com sorrisos tão vastos que rivalizam a brancura das areias lá da praia que já não posso ver pois a floresta de prédios atrapalha; mas tudo bem afinal já não são mais tão brancas as areias e certamente, nem de perto, se equiparam àqueles sorrisos lá embaixo.
Ãh? Que voz é essa no meu ouvido? Ah! O telefone! Para quem eu estava ligando mesmo?
— Err… Oi! Olá!! Tudo bem? É… Aqui é o Roney, tudo bem?
— Hehehe! Tenho certeza que você caiu! Esta é uma gravação! Nem adianta deixar recado pois tem que pagar para ouvir e não escondo de ninguém que sou sovina! Estou na Bienal procurando algo que presta, não me procure até o último domingo, a menos que você queira me encontrar lá no es…
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii Tutututututututu