Ela acorda ainda segurando os fiapos do sonho.

A segunda coisa que ela percebe é uma brisa suave correndo pela janela aberta, a luz morna do sol de verão que atravessa as pálpebras ainda fechadas… A segunda coisa que ela percebe é o dia tão jovem quanto ela em seus quatro anos.

Logo depois é o perfume dos lençóis e o carinho dos pais que vem visitar seus pensamentos, mas ela ainda não quer abrir os olhos como se a luz dentro dela pudesse ofuscar o mundo inteiro e fazer todo mundo achar que só ali no quarto dela era dia e o dia lá fora era no máximo uma noite clara de lua cheia!

Isso tudo era a felicidade!

Abriu os olhos lacrimejando um pouco com a luz forte do sol que decidiu achar exatamente naquele momento o caminho até a cabeceira da sua cama como se ele, o Sol, quisesse ser o primeiro a lhe desejar um feliz aniversário de quatro anos!

Logo em seguida lá vai Liora correndo pelo corredor acompanhada pela brisa e os reflexos do dia e se atira no meio do abraço dos pais que já estão fazendo a mesa do café com mamão, suco de laranja, várias fatias de pão, queijos enrolados, mel, panquecas douradas sob a luz do sol que já chegou ali também!

Depois de ser coberta de beijos, carinhos e parabéns dos seus pais Liora senta pensativa à mesa, as perninhas balançando, os olhos perdidos entre os desenhos dos ladrilhos da parede da copa.

“Esse é um maravilhoso começo de dia para fazer aniversário!”