Não dura mais que dois segundos! Os passos rápidos das pernas envoltas em caras meias de nylon, o toc-toc dos saltos caros na calçada não se fazem ouvir por mais do que quatro vezes. É o tempo suficiente para o tímido pedido do menino de rua:

– Quer uma bala moça?

E para a resposta seca e recriminatória da senhora:

– Lugar de criança é na escola!

E nos olhos daquela criança, que nem por um segundo a mulher encarou, contava-se a história de fome, dificuldades e sonhos perdidos… Escola?!