No outono a vida se recolhe para a terra, preparando-se para os dias inférteis do inverno, mas o sol ainda incide intenso sobre os tapumes negros ao lado da Fundação Getúlio Vargas, pessoas caminham pela calçada descoberta levantando um pouco de poeira da terra seca e os ônibus rugem no limite do ruído aceitável.

Colado lá no tapume o aviso de dias atrás: Compro sua Alma. Não há como não deter os passos alguns segundos, olhar ao redor e procurar a tal fumaça de enxofre, olhar pelo buraco do tapume negro em busca de uma resposta.

Nada…

Alguns metros adiante o mesmo aviso outra vez. Não… Mesmo papel, mesma ausência de contato, mesmas letras, anúncio diferente!

“Vendo Minha Pele”

Mesmo capaz de imaginar que tipo de pele o comprador de almas tem prefiro deixar para sua imaginação a resposta para este enigma!