O encontro da Nossa Senhora de Copacabana com a Figueiredo Magalhães é uma pororoca de sons, cores e do bafo quente da pressa urbana.

Virando a esquina uma senhora se precipita em passos rápidos e curtos com a bolsa grudada entre o braço e a roupa cara, mas já desbotada. O cenho franzido, os olhos inquietos girando em busca de perigos invisíveis. Uma das mãos segura o nariz e o aperta enquanto os lábios se esgarçam com nojo da figura que acaba de ficar para trás envolta em barbas emaranhadas e sebosas.

Um berro repentino rasga todos os outros sons, pessoas se congelam entre um passo e outro virando-se para ver, mas lá está a velha estatelada no chão depois de tropeçar. De todos os lados surgem mãos solícitas e logo ela está novamente de pé, o esgar de nojo substituído pelo embaraçado sorriso amarelo.