Apagou-se.
Ela, que correu nua sobre a grama molhada sem se importar com os olhares recriminadores dos que seguiam resignados pela estrada, apagou-se.
Ela, que não deu ouvidos quando lhe disseram “o amor é a felicidade perfeita” porque sabia que a relva macia esconde seus espinhos e pedras – um custo baixo a pagar pela liberdade – apagou-se.
O vale ensolarado, com medo da maciez dos seus pés, mergulhou nas trevas da própria cegueira e desapareceu do mundo para sua amada.
A ela, que teceu tantas mantas, restou apenas entregar-se às lágrimas por mais um amor perdido pelo legado de Adão e Eva, expulsos por sua própria confusão.
Imagem: Vampire – Edvard Munch – 1895
(no relacionado ao post)
— Mame, eu vou descobrir o segredo das fadas.
— Vc quem sabe. Se vc descobrir o segredo delas, no sei se a fada dos dentes vai te pagar pelos dentes.
— No, me, das fadas comuns, sem ser a de dente.
— Elas no so todas amigas? Amigas conversam.
— E os fados?
— …?
— Me, os fados, os meninos. Presta ateno!
— T prestando, filho. O que tem os fados?
— Homem no conta, posso falar com eles que eles no vo contar pra fada dos dentes.
— T preocupado com as finanas, n?
— Claro, vou ganhar fortunas com todos esses dentes!
Hehehe!!! Ele uma figura! Pode no ter nada a ver com o post, mas fez um contraponto ao clima sombrio que tentei representar.