Toca o telefone. Alô de um lado, olá do outro. “Sim? Como posso ajudá-lo?” pergunta a moça. “Ah… Queria mandar o meu currículo para sua empresa, pode ser?”.

Papo vai, papo vem. O sujeito é locutor, tem uma bela voz. A moça… Bem, está no meio da rotina e qualquer chance de escapar é bem vinda.

– Você tem uma bela voz, sabia? Devia fazer uns bicos como locutora.

– Ah! Que nada! Tem que fazer um curso, né? – Ela ri timidamente.

– MSN… Você tem MSN?

Ela pensa “Eu hein? Nada a ver pedir o MSN, né?” e adicionou o cara.

– Tô falando sério, sua voz é bem legal! Me manda uma gravação dela.

– Puxa, não tenho, sei lá!

– Ué? Grava agora e manda para mim.

Logo mais, já no MSN (a voz ela não mandou por preguiça ou timidez, não sabia bem) ele pergunta “Quantos anos você tem?”.

“Ih! Gente, nada a ver a idade para ser locutor, né? Mas ai eu disse, né? 22!”

A essa altura os colegas que ouviam a história não resistem e completam…

– Ai ele perguntou qual era a cor da sua calcinha e você pensou “Que nada a ver, né? A cor da calcinha, eu hein? Ai eu disse, vermelha, fio dental com sabor de morango”