Já está escuro, tão escuro quanto uma cidade moderna pode ficar.
Enquanto caminho pela calçada larga me lembro de tantas outras ruas estreitas que fazem até as cidades grandes parecerem pequenas e claustrofóbicas, mas esta rua é o contrário. Mesmo cercados de prédios sentimos o espaço aberto. Tem o morro lá adiante e um certo frescor que não nos deixa esquecer do mar logo ali.
Entro em uma galeria… Teve um tempo que isso era o mais próximo de shopping center que podíamos encontrar, e se chamava centro comercial… Bem, sou recebido por um agradável ar condicionado.
Toca o telefone… Também teve uma época em que o telefone só tocava em casa e andávamos sozinhos pela rua, agora nunca estamos sozinhos. A qualquer momento o telefone pode tocar no bolso e “Fala ai! Tá de bobeira aqui na … e você?”
– Cheguei aqui rapaz! Onde vc está? – É o Mal-Humorado… A propósito ele não merece essa alcunha! Prefiro chamá-lo de incrédulo. No sentido de quem não se deixa levar pelo lugar comum.
Ao sairmos da galeria depois de ver um pouco de RPG, um pouco de livros, somos recebidos por uma atmosfera quente! Parecia que cada “partícula” de ar estava enrolada em um cobertor. Esse inverno carioca…
Vamos logo ali, pegar grana no banco… Tinha uma época que “grana no banco” só até as 16h… Agora o pessoal reclama que não pode pegar a qualquer hora por causa de segurança… Mas agora também, tudo se paga com pedacinhos de plástico que contém dinheiro virtual… Isso então, dinheiro virtual, quando eu era criança era pura ficção!
Sentamos em uma loja de sucos! Ufa! Enfim algo que não mudou nos últimos 30 anos… Aliás… Bobs, Gordon, MacDonalds… Não lembro em minha infância de lojas de sucos… Era boteco ou lanchonete… Bem, pelo menos as frutas sempre existiram!
Em trinta anos eu provavelmente estarei uns 5 anos mais velho e não faço ideia do mundo em que estarei vivendo. Será que as pessoas continuarão a perder tempo com a certeza de que estamos involuindo e que logo o mundo vai acabar?
Veeeeerde de inveja.