Frequentemente me pergunto se a verdadeira maturidade vem quando aprendemos a questionar e olhar o mundo sob outros pontos de visão, quando descobrimos que temos o poder de, conscientemente, moldar nossa personalidade e até o modo que entendemos e percebemos o mundo descobrindo novas realidades que nos permitem ser livres para mudar.
A filosofia, tão esquecida em nossos tempos, é uma chave para esse questionamento.
Como diz Gaarder em O Mundo de Sofia “o universo é um coelho e o filósofo é a pulguinha que vai para a pontinha dos seus pelos enquanto as outras ficam bem grudadas na sua pele”. Não é literalmente isso, mas essa é a ideia.
Queremos que nossos filhos sejam pulgas na ponta dos pelos do Universo? Bem, se queremos que eles sejam livres não há muita alternativa. Principalmente num tempo de rápidas mudanças de paradigma.
Infelizmente a filosofia é tão esquecida que, apesar de encontrarmos facilmente centenas de títulos que ensinam as crianças a se agarrar em dogmas religiosos e abandonar a ideia de questionar o universo, só consegui pensar em dois títulos de filosofia para jovens e adolescentes.
O primeiro é famoso, pode ser uma leitura um “pouquitinho” complexa à primeira vista, mas sua estrutura romanceada e a fluidez com que a história e questionamentos da filosofia são expostos o torna um livro até muito divertido.
O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder conta a instigante história de Sofia e uma série de cartas enviadas a ela para que uma outra menina possa lê-las, coisa que ela não entende a princípio como pode acontecer, mas aos poucos tudo vai se esclarecendo.
Já o segundo livro, Filosofia para Crianças e Adolescentes, eu não li. Achei-o na bienal do Livro e folheei.
Meus instintos dizem que ele vale a pena, principalmente por ser direcionado aos professores. Imagino que pais dedicados possam se valer dele para iniciar com os filhos uma jornada pela filosofia.
Nos outros posts tenho procurado indicar um clássico naquele estilo e acaba de me ocorrer que Alice no País das Maravilhas é, em muitos aspectos, um livro de filosofia para crianças.
Mais uma vez notei a dificuldade em achar uma boa edição e acabei decidindo sugerir duas publicações (os links deixaram de funcionar e tirei) mais voltadas para os adultos que, compreendendo melhor as duas principais obras de Carrol (tem Através do Espelho, né?) podem lê-las para os filhos pequenos ou debatê-las com os “menos pequenos”.
Esse amarelo é um sonho de consumo meu que praticamente já li de tanto folhear, mas acabei sempre deixando para depois. Aconselho. O segundo conheço apenas por alto.