Aviso ao visitante casual: Esse é meu blog pessoal, me chamo Roney e tenho um amigo imaginário, o Gato de Sapatos que jura que é real, mas acho que diz isso só para me fazer parecer um pouco mais maluco do que já pareço
– Oi Roney… Seu blog anda parado, né? Você parou de ter devaneios, colocou os pés no chão?
– Ahaha! Você sabe que não, meu amigo Gato, mas… Bem, mas…
Tentei parecer seguro aos olhos do meu amigo imaginário, mas a verdade é que não sei por que deixei de escrever. Um pouco da ilusão de não estar mais só depois de encontrar vários semelhantes nas praças online cada vez mais numerosas. Um bocado por fuga… É muito mais fácil ocupar a mente com Bejewled do que delirar com outras realidades prováveis ou possíveis.
Mas estou triste.
Sinto falta de esparramar no mármore alvo as palavras que seguem cursos que eu mesmo não imagino.
Me sinto um assassino por não ter concedido vida, ainda que efêmera, a dezenas de personagens que desfilaram pela minha mente nos últimos meses.
Estava mergulhado no mundo real, conversando pessoalmente e à distância com pessoas reais, mas um vazio foi crescendo em mim.
Pela primeira vez me ocorre que os artistas não escrevem porque estão sofrendo e precisam desabafar, eles sofrem porque não dão vida aos seus sonhos (e todos somos artistas).
Percebi, e isso sempre soube, que é uma tolice dizer que temos que viver o mundo real, ora. o mundo real é acordar, comer, brincar, reproduzir (faz parte de brincar), dormir… A realidade é vasta demais para se limitar ao real. Só nossos delírios são capazes de, aos poucos, trazer a realidade para o mundo.
E quem saber? O que é a realidade… Uma civilização galática e justa? Uma horda de conquistadores batalhando entre as estrelas? O retorno à vida simples em vilas totalmente integradas ao ambiente onde todos são iguais? Ainda não sabemos pois continuamos apenas a caminhar.
Cada um que soma sua voz (e quem soma online multiplica) com um lamento fatalista, com o suspiro esperançoso ou com o brado da vitória ajuda a moldar um pouco mais nosso mundo.
– E você Roney? Isso explica por que você não anda escrevendo?
– Não… Acho que me faltava empatia por essas pessoas fantásticas que não sei se existem, mas visitam meus pensamentos todo dia. Talvez tenha medo que elas se tornem mais reais do que eu, mas quanto menos elas vivem mais efêmero me torno.
Humm… Receio que esse seja mais um desses posts que só o autor entenderá. Se for assim peço-lhe desculpas!
Quem sabe amanhã não trago alguém aqui para compensar essas palavras trôpegas?