É impressionante como ter cultura é importante, e não estou falando na cultura fria e estagnada dos livros clássicos ou do conhecimento erudito, estou falando da cultura social, em conhecer a história do seu povo e dos pais dos seus pais.

Não se trata de tradição, que também é estagnada, e sim de fazer parte da sociedade em que vive e daquela de onde você veio.

A história de Sílvia Wajãpi é um exemplo sensacional de auto-estima, cidadania e humanidade.

Nossa sociedade do cubículo (parafraseando uma amiga) nos tornou tão hipnotizados pela privacidade que nos desconectamos da nossa própria cultura, nos tornamos individualistas patológicos que não desejam se sentir parte do nosso povo, de nenhum povo.

É impressionante saber que mais de duzentas etnias indígenas sobreviveram à colonização (apesar do Jô Soares chamar de descoberta) e que há mais de cem idiomas ainda vivos. A propósito, é uma vergonha eu (e a maioria de nós) não saber que existem 5 troncos linguísticos indígenas. É todo um universo de cultura que está longe do nosso conhecimento.

Tem muita coisa impressionante na entrevista da Sílvia Wajãpi como as meninas começarem a ter filhos quando menstruam o que é óbvio do ponto de vista biológico e devia nos levar a perguntar o que fizemos com a nossa sexualidade que ela se tornou algo feio que só adultos devem fazer (como fumar, beber, se drogar…) e porque somos retardados do ponto de vista biológico. Mas essa é uma polêmica para um post enorme.

O mais impressionante nas palavras de Sílvia Wajãpi é o exemplo de força moral, auto-estima, cidadania e superação. Palavras que todos nós devíamos ouvir e procurar realizar em nossas próprias vidas, principalmente no que diz respeito a ter amor por nosso próximo e por nós mesmos através do respeito à nossa cultura e nacionalidade. Pense nisso antes de dizer mais uma vez que “Brasileiro é uma merda”.