Esse vídeo é uma bela peça, dá vontade de chorar… É positivo também pois nos convida a mudar a nossa forma de agir, mas me pergunto até que ponto as crianças são vítimas passivas do mundo ao redor, até que ponto são os nossos maus exemplos que as transformam em adultos ruins como nós…
Você lembra dos seus anos de criança? Do olhar inquisitivo, curioso, questionador e transgressor?
As crianças devem ser protegidas dos ataques frequentes da publicidade que se esforça para perverter suas mentes ainda pouco maliciosas e para isso temos gente como o instituto Alana, mas será que elas precisam ser poupadas da nossa insanidade?
Tenho a impressão de que o período mais crítico em nossas vidas não é a infância, por mais que as influências dos primeiros cinco anos de vida pesem na definição das nossas personalidades.
Acredito que o ponto crítico está em nossa passagem para a fase adulta, entre os 18 e 24 anos. A maioria, ao chegar no mercado de trabalho, encontra toda forma de individualismo e desistímulo. A maioria das pessoas que eu tenho observado morrem neste período e passam os sessenta anos seguintes mimetizando a turba e raramente se detêm para refletir sobre os próprios rumos, muito menos sobre os da humanidade.
Já os pequeninos não! Sua atividade é febril, seu mundo muda a todo momento! Quando deparam com um novo fato científico reformulam prontamente toda sua concepção de universo virando de religiosos a ateus ou ateus a religiosos sem pestanejar! Um adulto não! Ele já “sabe” que Deus existe (ou não) e está pronto a garantir a estabilidade de suas crenças ou ateísmo a todo custo!
É claro que devemos seguir o exemplo da propaganda e ser gentis, dar bons exemplos, não só para crianças, mas para os nossos amigos e, principalmente, desconhecidos! Mas não para proteger as crianças, é justo o contrário! Nós somos os elos frágeis apegados às nossas visões de mundo, somos nós que não temos condições de entrar no mundo das crianças sem ter que usar de toda a nossa coragem!
Digo portanto que em vez de ver as crianças como vítimas temos que reconhecer que elas seguram a chave da transformação do nosso futuro! Sugiro que sejamos destemidos e abracemos o seu espírito transgressor, que nos atrevamos a colocar em dúvida as nossas convicções mais profundas pois elas estão erradas!!! O nosso mundo está torto, está roto, está torpe porque se sustenta sobre estas convicções! Você tem coragem? Transgrida!