Hoje fui no Dia da Esperança que acontece anualmente nas sedes modelo do Criança Esperança e finalmente tive a oportunidade de entender como funciona esse projeto.

Em primeiro lugar eu nunca soube para que servia o projeto: Ok, eles fazem uns espaços Criança Esperança onde elas tem acesso a lazer, livros, aulas de música, dança etc. Mas onde isso as levará e, principalmente, o que eles pretendem possibilitar a essas crianças?

Já começa que o Criança Esperança vai muito além dos espaços, mas vamos começar por eles.

A linha condutora dos Espaços Criança Esperança (quatro no Brasil se não me engano) é criar um ambiente onde elas possam desenvolver sua empregabilidade, ou seja, os esportes, música, dança e outras atividades pretendem lhes ensinar sobre trabalho em equipe, resolução de problemas etc.

As crianças entram lá com 4 anos, quando chegam a certa idade podem se tornar monitoras de outras crianças e atividades.

Além disso eles tem parcerias com algumas empresas, como a Coca-Cola que oferece cursos de formação de promotores de vendas e a CEG com projetos similares.

Eu ainda gostaria que essas unidades modelos pudessem ser reproduzidas por outras iniciativas além do Criança Esperança, que é um projeto da Unesco.

Aliás, isso é algo que eu já sabia, mas acho que é pouco divulgado: a Globo faz a arrecadação e é parceira nos espaços Criança Esperança, mas o “dono” do projeto é a Unesco. É ela que recebe toda a verba arrecadada e a distribui entre os espaços e mais de 70 projetos anuais.

Confesso que não vi a lista de projetos apoiados esse ano, mas sei que eles são selecionados pela Unesco e que ela acompanha o bom uso das verbas recebidas e, pela ausência de casos de desvio de verbas, me parece que os projetos patrocinados se mantém fiéis ao que se espera de uma ONG (OSCIP).

Ah! Já ia esquecendo! Os espaços Criança Esperança são mantidos por 3 instituições: A Unesco que administra as verbas, uma OSCIP que gerencia e o Estado que oferece as instalações garantindo que toda a verba arrecadada seja aplicada em benefício das crianças. 

Só acho que o site oficial não deveria ficar dentro do site da Globo, isso dá a impressão errada de que é ela mesma que investe o dinheiro que arrecada em vez de repassá-lo integralmente à Unesco.

No final das contas fui assistir um dia de atividades especiais para as crianças e saí muito mais bem informado e com uma visão muito mais positiva do Criança Esperança. Me deu vontade de trabalhar voluntariamente ajudando as crianças a aprender a fazer pesquisas na Internet, fazer jornais comunitários online…

Globofobia

Ao e-piar (publicar no Twitter) esse post vieram dizer que a Globo desconta o IR das doações feitas o que não acontece pois elas são feitas diretamente na conta da UNESCO, fato declarado pela Globo que não vi contestado em nenhum veículo concorrente da empresa deixando bem claro que trata-se mesmo apenas de boato.

Um dos problemas das fobias é que, impulsionadas pelo ódio irracional, nos levam a criticar o que não existe esquecendo o que poderia realmente ser criticado e melhorado.

Pretendo escrever um artigo sobre o que pode ser melhorado no Criança Esperança. Me parece que teria que ser direcionado à UNESCO, já que é ela que administra todo o projeto, mas preciso pesquisar antes como ela seleciona e fiscaliza os mais de 70 projetos anuais. Qualquer sugestão nos comentários será bem vinda.