Carros estragam o mundo! Escondem dos nossos olhos os pequenos detalhes nas bordas da vida, ou no seu miolo já que os que vão com pressa certamente vivem menos dos que vão calmamente!
Saio do moderno prédio, novo e luxuoso, daquela grande empresa de petróleo. Vou mais uma vez seguindo meus passos, buscando meu caminho de volta ao mundo.
O sol de primavera que estes dias tosta a terra como se fosse o mais alto verão torna ainda mais vasta a enorme distância entre aquele pequeno grupo de prédios e os espigões da Barra da Tijuca. Estou saindo de uma ilha de poder cercada de manguezais por todos os lados…
Que estranha pororoca de realidades!
Às minhas costas edifícios erigidos em homenagem ao capitalismo à frente, apenas alguns metros, um velho alazão, comendo sua grama, uma grande ferida na barriga, talvez um berne cujas larvas logo eclodirão libertando centenas de moscas…
Será que o luxo atrái o tosco? Ou será o contrário?