Retificando em 2020: o título deste post era Nem tudo são nuvens negras. Decidi mudar para nuvens de tempestade, mas deixar registrado que existe esse esforço de desassociar o negro do que é ruim.
Ao meu ver um dos maiores problemas da nossa população é essa desagregação entre os vários grupos culturais e sociais.
Tudo bem que o país é grande e as culturas vastas, mas essa ideia de um Brasil dos ricos e outro dos pobres (alimentada por gente muito estranha como quem dirige a revista Veja) é falsa e artificial.
O que nos separa não é outra coisa senão um esforço consciente das classes A, B e C de se afastarem da sua própria cultura.
Isso é um problema grande porque, em vez de nos unirmos para reencontrar nossas origens com os brasileiros dos campos e compartilhar as conquistas dos brasileiros das cidades, acabamos pulverizados e vulneráveis aos ventos e às intempéries de qualquer político corrupto ou corporação sem alma.
Bem, mas estou falando nisso tudo porque acredito que a cada dia há mais movimentos como a Corrente Falcão (não existe mais trocando para a Central Única de Favelas) e ongs como Terra dos Homens.
Segue o email que recebi hoje da Corrente Falcão:
From: Falcão a Corrente do Bem
Date: Nov 1, 2006 10:31 AM
Subject: Vamos engrossar essa Corrente?
To:
A história de Alexandre, 15 anos, e João, 13, é igual à de dezenas de outros jovens. Adolescentes da Baixada Fluminense, ambos passavam o dia engraxando sapatos pelas ruas do Centro para ajudar na renda doméstica. Além de não frequentarem a escola, estavam vulneráveis à violência urbana. A mãe, Maria, era dependente de álcool e portadora de problemas psiquiátricos. Para agravar sua situação, tinha dificuldades para fazer tratamento de saúde, e consequentemente para cuidar dos quatro filhos que moravam com ela. O pai, dependente de álcool e morador de rua, não se faz presente e tampouco participa da vida familiar.
O caso foi encaminhado para a ABTH. Visando à reintegração familiar de Alexandre e João, para que estes não mais permanecessem nas ruas, e à reabilitação de Maria, a assistente social e a psicóloga procuraram inserir a família na rede de serviços (escolas, hospitais e clínicas) da Baixada, de modo que os adolescentes tivessem atividades complementares ao horário escolar e a mãe fizesse tratamento para dependência química. E família foi acompanha e trabalhada durante um ano de projeto. E os resultados foram os mais positivos possíveis. Alexandre e João não vão mais para as ruas, estão frequentando a escola e fazem aulas de futebol. A mãe não faz mais uso de álcool. Em tratamento psiquiátrico, está mais presente na vida escolar dos filhos. Atualmente, ela recebe o subsídio do programa Bolsa Família e vende desinfetante na comunidade, além de investir na produção e venda de artesanato. Nossa equipe continuará acompanhando o caso até julho de 2007 com visitas periódicas para prevenir a desagregação familiar.
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Equipe Falcão – a Corrente do Bem
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